Em 1990 o Sistema Único de Saúde (SUS) foi regulamentado com os princípios de universalidade, equidade e integralidade. Desde então vários são os desafios encontrados para alcançá-los. Inúmeros avanços tem sido verificados no campo da saúde pública brasileira, especialmente ao longo das quase duas décadas e convivem de modo contraditório com problemas de diversas ordem. Para uma política de qualificação do SUS, a humanização deve ser vista como uma das dimensões fundamentais, não podendo ser entendida como apenas mais um programa a ser aplicado e sim como uma política que opere em toda rede SUS. Como política deve, portanto, traduzir princípios e modos de operar no conjunto das relações entre profissionais e usuários, entre os diferentes profissionais, as diversas Unidades e Serviços de saúde e as instâncias que constituem o SUS.
Para que isso ocorra, é necessário uma mudança técnica assistencial em relação ao profissional e usuário e sua rede social, através de parâmetros técnicos, éticos, humanitários e solidários, o qual é chamado de acolhimento (BRASIL, 2004). O acolhimento é o ato ou efeito de acolher, e expressa em suas várias definições, uma ação de aproximação, um “estar com” e um “estar perto de”, ou seja, um atendimento de inclusão (Brasil, 2004). O acolhimento visa ampliar o acesso à saúde, produzindo assim ações para que a equidade, universalidade e integralidade sejam realizadas, desencadeando mecanismos eficazes de regulação e ordenação da oferta de serviços, otimizando os recursos existentes para responder as necessidades de saúde da população. O profissional deve escutar as queixas, os medos, as expectativas dos usuários, identificando seu risco e vulnerabilidade, fazendo assim a classificação de risco. É através desta análise que ocorre a diferença de triagem e classificação de risco.